sexta-feira, 30 de setembro de 2011

NINGUÉM É SUBSTITUÍVEL

Ontem, uma querida amiga e eu interpretamos o texto que segue abaixo em um evento na escola onde trabalhamos. A meu ver, vale a pena reproduzi-lo pra que outras pessoas tenham acesso a ele. Vamos lá...

 
NINGUÉM É SUBSTITUÍVEL



Na sala de reunião de uma multinacional, o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.

Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um, ameaça: “Ninguém é insubstituível!”

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.

De repente, um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

            - Alguma pergunta?

            - Tenho sim. E Beethoven?

            - Como? - o gestor confuso o encara.

            - Senhor diretor, o senhor disse que ninguém é insubstituível... então... quem substitui Beethoven?

Silêncio.

O funcionário fala então:

            - Ouvi essa história esses dias, contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso, afinal, as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro de uma organização e que, quando sai um, é só encontrar outra para colocar no lugar. Então, pergunto: quem substitui Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico? ...

            O rapaz fez uma pausa e continuou:

            - Todos esses talentos que marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazem bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, mostraram que são sim, insubstituíveis. Que cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Não estaria na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento de sua equipe, em focar no brilho de seus pontos fortes e não utilizar energia em reparar seus “erros” ou “deficiências”?

            Nova pausa e prosseguiu:

            - Acredito que ninguém se lembra e nem quer saber se BEETHOVEN ERA SURDO, se PICASSO ERA INSTÁVEL, CAYMMI PREGUIÇOSO, KENNEDY EGOCÊNTRICO, ELVIS PARANÓICO... O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos. Mas cabe aos líderes de uma organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os PONTOS FORTES DE CADA MEMBRO. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

            Divagando o assunto, o rapaz continuava.

            - Se um gerente ou coordenador ainda está focado em “melhorar as fraquezas” de sua equipe, corre o risco de ser aquele tipo de “técnico de futebol” que barraria o Garrincha por ter as pernas tortas; ou Albert Einstein por ter notas baixas na escola; ou Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria PERDIDO todos esses talentos.

            Olhou a sua volta e reparou que o gestor olhava para baixo pensativo.

            - Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos e não haveria montanhas, nem lagoas, nem cavernas, nem homens, nem mulheres, nem sexo, nem chefes, nem subordinados... apenas peças... E nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões que “foi pra outras moradas”. Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: “Estamos todos muito tristes com a ‘partida’ de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:



NINGUÉM...



Pois nosso Zaca é insubstituível.” - concluiu o rapaz e o silêncio foi total.



Tenham um bom dia...

uma boa tarde...

uma boa noite...

Insubstituíveis!            

Abraço a todos,
Marcos.

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