terça-feira, 31 de janeiro de 2012

DEEPER AND DEEPER+VACONNA

I feel like dancin´... VACONNA, VACONNA, VACONNA... rs...







Great, gorgeous, fantastic...
Vaconna, Vaconna, Vaconna...

Grande abraço a todos,
Marcos.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A FILHA DA PUTÉRRIMA DA BENETTON

Gosto das campanhas da Benetton por serem não politicamente corretas, contemporâneas e filhas da putérrimas, rs... Brilhantes!!!





























Abraço fashionzim a todos,
Marcos.

EVERYBODY´S GOTTA LEARN SOMETIME(S)

Adoro o filme "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" e especialmente a música...






Enorme abraço a todos,
Marcos.


sábado, 28 de janeiro de 2012

VOGUE+VACONNA, RS...

Vontade de dançar "Vogue", rs...




Abraço afetivo a todos,
Marcos.

OS SINOS+MANUEL BANDEIRA

Adoro esse poema, especialmente se tentarmos reproduzir as badaladas dos 
sinos...

OS SINOS

Sino de Belém,
Sino da Paixão…

Sino de Belém,
Sino da Paixão…

Sino do Bonfim!…
Sino do Bonfim!…

        *

Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.

Sino da Paixão, pelos que lá vão!
Sino da Paixão bate bão-bão-bão.

Sino do Bonfim, por quem chora assim?…

        *

Sino de Belém, que graça ele tem!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.

Sino da Paixão – pela minha mãe!
Sino da Paixão – pela minha irmã!

Sino do Bonfim, que vai ser de mim?…

        *

Sino de Belém, como soa bem!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.

Sino da Paixão… Por meu pai?… - Não! Não!…
Sino da Paixão bate bão-bão-bão.

Sino do Bonfim, baterás por mim?…

       *

Sino de Belém,
Sino da Paixão…
Sino da Paixão, pelo meu irmão…

Sino da Paixão,
Sino do Bonfim…
Sino do Bonfim, ai de mim, por mim!

*

Sino de Belém, que graça ele tem!

Em: Manuel Bandeira. 50 poemas escolhidos pelo autor. CosacNaify, p.14-15.  

Abraço poético a todos,
Marcos.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ESTREIAS DE FILMES

Nessa época do ano é uma loucura, ou melhor, mil estreias de filmes super interessantes. Vamos lá... rs...

J. Edgar


Precisamos falar sobre o Kevin


Millennium - Os homens que não amavam as mulheres


Apesar da chuva e do friozinho, filmes bons não faltam pra assistirmos, rs...

Abraço afetuoso a todos,
Marcos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Adoro esses vídeos, já os postei, mas fiquei com vontade de postá-los again, rs...

Dançemos, curtamos, CARPE DIEM, rs...

DeSiRe...


SING FOR ABSOLUTION (gorgeous...)


LoVinG yOu...


Deliciosos, incríveis, geniais... como é bom sentir-se bem, rs...
Grande abraço a todos,
Marcos.

CARAVAGGIO

Dá-lhe, que dá-lhe Caravaggio...













Abraço afetuoso a todos,
Marcos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

TOM JOBIM

Ontem, 24 de janeiro, assisti ao documentário "A música segundo Tom Jobim"; excelente documentário nostálgico de uma época não vivida por mim, mas... de qualquer forma, nostálgica...




Excelente feriado de 25 de janeiro a todos,
Marcos.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

TUDO É PEQUENO+RODRIGO DE SOUZA LEÃO

Tudo é pequeno de Rodrigo de Souza Leão

Tudo é pequeno
A fama
A lama
O lince hipnotizando a iguana

O que é grande
É a arte
Há vida em marte



Gostaria de ter escrito esse poema, rs...


Grande abraço a todos,
Marcos.



A MÚSICA SEGUNDO TOM JOBIM+ARNALDO JABOR

Apesar do tom nostálgico da crônica de Jabor, gosto de sua forma como recorta o mundo/a vida... Dá-lhe Jabor... rs... 


A música segundo Tom Jobim

24 de janeiro de 2012 

Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo
Fui ver o ótimo filme do Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim e me lembrei da frase do Nelson Rodrigues: "Nada mais antigo que o passado recente". Perfeito; dá para ver a espantosa mudança da vida social e cultural dos últimos 20 anos. As canções, as plateias, os olhos e ouvidos ligados nos shows, o desejo de transmitir a beleza de uma reflexão sobre nossas emoções, um ritmo de vida celebrando a inocência e a delicadeza, o tema do amor sempre presente, a qualidade das letras e sonoridade (Águas de Março é um grande poema sobre o devir), em suma, tudo que não é manipulação, barulheira fácil e boçal, nessa proliferação de irrelevâncias que pululam nas redes. Tudo bem, pode ser que estejamos no caos inicial, na infância de um novo e rico tempo cultural, como preveem os garimpeiros de ouro na bosta, mas, por enquanto, acho tudo um lixo.
O filme é a emocionante montagem de grandes momentos de nossa música como um discurso sem palavras. Saí do cinema como de um spa mental, no meio da poluição sonora e visual de São Paulo. Um filme terapêutico.
O documentário de Nelson e Dora me tocou muito. Sempre preferi ver fotos amareladas, filmes precários, antigos, que nos dão a sensação de nebulosas vidas mortas. As personagens do preto e branco, do trêmulo filme mudo, nos consolam com sua vetustez. Suas mortes são mais suportáveis porque pensamos: "Ah... naquele tempo se morria; hoje não". No filme moderno, o passado recente, em cores, nos mobiliza porque vira um presente implacável, embora impalpável. Vemos a alegria de festas sem som, sorrisos mudos, a juventude perdida dos rostos, as gargalhadas que não ecoam em lugar nenhum, as mulheres tão moças e lindas (e não nos dávamos conta disso) e nós mesmos, nossa saúde, nossos humores, tudo visível. Também vemos os indícios de erros que nos levarão ao fim - o corpo maltratado, a melancolia evitável, o riso amarelo, eu, você, nós todos no passado perdendo tempo, desvalorizando o que tínhamos. Mais emocionante que a tristeza de um passado é sua alegria perdida.
Lembrei-me que num dia feliz, sentado ao piano, Tom tocou para mim uma música nova - era Chansong, a obra-prima com a letra anglo-francesa: "I've never been in Paris for the summer, I never drank a scotch with this bouquet". Fui das primeiras pessoas a ouvir a música - tenho esse orgulho. Sempre que a ouço, vejo-me com ele, curvado, cantando com voz arfante, como se contasse um segredo.
Henri Bergson, o filósofo, declarou, quando viu os filmes de Lumière: "O cinema é importante para vermos como se moviam os antigos". Isso.
Sempre me emociono com esse milagre do cinema, em que as pessoas ressuscitam na tela e ficam ali, falando, como se nada tivesse acontecido. Isso me dói porque um dia serei também protagonista de um flashback de mim mesmo. Assusto-me se estou num bar e, de repente, minha saudosa comadre Nara Leão começa a cantar baixinho ali ao meu lado, como aliás canta no filme, nos lembrando de sua imensa importância.
Já sentira isso na obra-prima do Miguel Faria Jr., Vinicius, quando escrevi: "O tempo era outro, e me refiro a tempo como ritmo, timing. Movíamo-nos de outro modo, em paisagens claras, com perspectiva, distâncias nítidas, andávamos pela praia até o Leblon".
O mundo estava em foco e não era esse sumidouro de hoje. Esses filmes mostram um passado que poderia ser nosso presente. Ipanema era uma ilha de felicidade num país injusto, foi um momento raro em que o desejo e o projeto se encontraram, na praia, no bar, nas ruas com amendoeiras, nos amores mais livres, na música e literatura, antes da massificação.
O tempo se acelerou brutalmente nos últimos dez anos. Os filósofos vivem berrando: "Não temos mais tempo, porque as coisas fetichizaram o tempo!"
A cada dia, os blackberries, os iPads, os iPhones aumentam de potência, e o tempo vai se comprimindo. Até onde? Esta correria seria ótima se fôssemos chegar a alguma coisa, a uma estação Finlândia, a um terminal qualquer; mas, aonde chegaremos? No início do século 20, louvamos a velocidade crescente, revolucionária na arte moderna, a beleza do futuro, mas agora está chegando a hora de buscarmos a lentidão, a paz, o silêncio, como fazem as comunidades de "slow movement". Aliás, o filme nos lembra que ainda havia silêncio. Outro dia, me falou uma "pianista" de twitters e facebook: "Hoje não há mais tédio - temos telinhas o tempo todo diante dos olhos". Talvez, mas, sem vazio não há pensamento.
Agora, não temos condição de criticar e controlar mais nada, nem pela poesia, paródia, nem por nada. As coisas estão in charge, no comando da vida. Que diria Tom sobre isso? Bem, em conversas, nas suas falas sobre a natureza e em seus gestos já dava para ver a melancolia disfarçada de ceticismo sábio, víamos que ele já sabia que a barra ia pesar ali em Ipanema e em toda parte.
Talvez ele dissesse: "Você sabe, não é Jabor, você que é um árabe, um beduíno sem deserto, você sabe que a música existe no tempo. Se acelerar muito, a música vai junto, mas, depois de certo ponto, a arte perde o fôlego... Nós estamos querendo acabar com o Tempo".
Isso me remete a um filme antigo, cult, o Planeta Proibido, de Fred Wilcox, com George Sanders e Anne Francis, um planeta vazio onde todas as informações de um mundo morto estavam guardadas num imenso subterrâneo, uma gigantesca máquina, um super-Google. Toda a vida do planeta, tudo que se descobriu e construiu estava ali, arquivado para a eternidade. Só não havia mais vida em volta - a raça tecnológica dos Krells tinha sido extinta.
Mas Tom não ia prestar atenção neste papo cabeça. Ele gostava de ver o que era vivo ainda. Ele diria: "Deixa pra lá... Olha... lá no alto, os urubus caçadores estão dormindo na perna do vento..."

GENIAL... BRILHANTE... INCRÍVEL...


Abraço afetivo a todos,
Marcos.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

LET THE SUNSHINE IN REMIX: FEVERIANDO, RS...

Boa pra dançar!!! Estou nostálgico, rs...

Nostalgia?
Verborragia?
Esquizofrenia?
Frescurinia!!!
CARPE
            DIEM!!!
DIEM
          CARPEM!!!




Abraço FEVER a todos,
Marcos.

BURLE MARX

Essa eu devo ao Luís Henrique, ou melhor, ele apresentou a obra do Burle Marx a mim. Obrigadíssimo!!!















Deliciosos, rs...

Grande abraço a todos,
Marcos.

domingo, 22 de janeiro de 2012

A ROSA DE PARACELSO+JORGE LUIS BORGES

Conheço esse conto há alguns anos e o adoro. Portanto, compartilho-o com vocês. Excelente leitura!!!

A ROSA DE PARACELSO de JORGE LUIS BORGES

Em seu laboratório, que ocupava os dois cômodos do porão, Paracelso pediu a seu Deus, seu indeterminado Deus, qualquer Deus, que lhe enviasse um discípulo. Caía a tarde. O escasso fogo da lareira projetava sombras irregulares. Levantar-se para acender a lâmpada de ferro era muito trabalho. Distraído pelo cansaço, Paracelso esqueceu da sua súplica. A noite já desfizera a imagem dos poeirentos destiladores e da tubulação quando bateram à porta. Sonolento, o homem levantou-se, subiu a curta escada em caracol e abriu uma das folhas da porta. Entrou um desconhecido. Também estava muito cansado. Paracelso lhe indicou um banco. O outro sentou-se e esperou. Por um tempo, não trocaram uma só palavra.
O mestre foi o primeiro a falar.
– Lembro de rostos do Ocidente e do Oriente - disse ele, não sem certa pompa. – Mas não me lembro do seu. Quem é você e o que deseja de mim?
– Meu nome não importa – replicou o outro. – Caminhei três dias e três noites para entrar em sua casa. Quero ser seu discípulo. Entrego-lhe todos os meus pertences.
Ele apalpou sua bolsa e virou-a sobre a mesa. As moedas eram muitas e de ouro. O homem fez isso com a mão direita. Paracelso lhe havia dado as costas para acender a lâmpada. Quando se virou de volta, verificou que na mão esquerda o jovem empunhava uma rosa. A rosa o inquietou. Recostou-se, juntou a ponta dos dedos e disse:
– Você pensa que sou capaz de elaborar a pedra que transforma todos os elementos em ouro e então me oferece ouro. Não é o ouro que busco, e se o ouro lhe importa tanto, você nunca será meu discípulo.
– Não me importa o ouro – respondeu o outro. Estas moedas não são senão uma prova da minha vontade de trabalhar. Quero que você me ensine a Arte. Quero percorrer ao seu lado o caminho que conduz à Pedra.
Paracelso falou devagar:
– O caminho é a Pedra. O ponto de partida é a Pedra. Se você não entende estas palavras, então ainda não começou a compreender, Cada passo que der é a meta.
O outro olhou-o, temoroso. Com voz clara, disse:
– Então existe uma meta?
Paracelso riu.
– Meus detratores, que não são menos numerosos do que estúpidos, dizem que não. E me chamam de impostor. Não lhes dou razão, mas não é impossível que eu seja um sonhador. Sei que "existe" um Caminho.
Houve um silêncio. Até que o outro disse:
– Estou pronto para percorrê-lo ao seu lado, ainda que seja preciso caminhar muitos anos. Deixe que eu atravesse o deserto. Deixe que eu, vislumbre, de longe que seja, a terra prometida, mesmo que os astros não me permitam pisá-la. Quero uma prova antes de iniciar o caminho.
– Quando? – perguntou Paracelso, inquieto.
– Agora mesmo – respondeu o discípulo, com brusca decisão.
Tinham começado falando em latim. Agora falavam em alemão.
O rapaz levantou a rosa no ar.
– Corre a fama – disse ele – que você pode queimar uma rosa e fazê-la ressurgir da cinza, por obra de sua arte. Permita que eu seja testemunho desse prodígio. Peço-lhe só isso, e em seguida lhe darei toda a minha vida.
– Você é muito crédulo – disse o mestre. - Não preciso da sua credulidade. Exijo a fé.
O outro insistiu:
– Exatamente porque não sou crédulo é que quero ver com meus olhos a aniquilação e ressurreição da rosa.
Paracelso apanhara a flor a brincava com ela, durante a conversa.
– Você e crédulo – comentou, – Está dizendo que sou capaz de destruí-la?
– Ninguém é incapaz de destruir uma flor - disse o discípulo.
– Pois está equivocado. Acredita, por acaso, que algo pode ser devolvido ao nada? Acredita que o primeiro Adão no Paraíso era capaz de destruir uma única flor ou uma folha?
– Não estamos no Paraíso – disse teimosamente o rapaz. – Aqui, debaixo da lua, tudo é mortal.
Paracelso estava agora de pé.
– Em que outro lugar estamos? Você acha que a divindade pode criar um lugar que não seja o Paraíso? Acha que a Queda é outra coisa além de ignorar que estamos no Paraíso?
– Uma rosa pode ser queimada disse o discípulo, desafiadoramente.
– Ainda tem fogo na lareira – disse Paracelso. – Depois de atirar esta rosa as brasas, você acreditaria que ela foi consumida e que sua cinza é verdadeira. Pois eu lhe digo que a rosa e eterna e que só sua a aparência muda. Bastaria que eu dissesse uma palavra para que você a visse de novo.
– Uma palavra? – perguntou o discípulo, com estranheza. – A tubulação não está funcionando e os destiladores estão cheios de poeira. O que você faria para que ela ressurgisse?
Paracelso olhou-o tristemente.
– A tubulação não está funcionando – repetiu – e estão cheios de poeira os destiladores. Neste trecho da minha longa jornada uso de outros instrumentos.
– Não me atrevo a perguntar quais são – disse o outro, com astúcia, ou humildade.
– Estou falando daquilo que a divindade usou para criar os céus e a terra e o invisível Paraíso onde estamos mas que o pecado original oculta de nós. Estou falando da Palavra que nos ensina a ciência da Cabala.
– O discípulo disse com frieza:
– Peço-lhe a mercê de me mostrar o desaparecimento e aparição da rosa. Não me importa se você trabalha com destiladores ou com o Verbo.
Por um momento, Paracelso refletiu. Depois disse:
– Se eu fizesse isso, você diria que se trata de uma aparência imposta pela magia dos seus olhos. O prodígio não lhe traria a fé que busca. Esquece, portanto, a rosa.
O jovem olhou-o, sempre temeroso. O mestre levantou a voz e disse:
– Além do mais, quem e você para entrar na casa de um mestre e exigir um prodígio? O que fez para merecer tal dom?
Trêmulo, o outro replicou:
– Sim, sei que não fiz nada. Mas, em nome dos muitos anos que vou estudar à sua sombra, peço-lhe que me deixe ver a cinza e depois a rosa. Nada mais lhe pedirei. Acreditarei no testemunho dos meus olhos.
E, tomando bruscamente a rosa encarnada que Paracelso deixara sobre a estante, atirou-a às chamas. Sua cor se perdeu. E dela só restou um pouco de cinza. Durante um instante infinito, o discípulo esperou as palavras e o milagre.
Paracelso não se alterou. Com uma curiosa franqueza, disse apenas:
– Todos os médicos e boticários de Basiléia afirmam que sou um embusteiro. Talvez estejam certos. Veja aí a cinza que foi rosa e que não será de novo.
O rapaz sentiu vergonha. Paracelso não passava de um charlatão ou de um mero visionário e ele, um intruso, havia entrado por sua porta e o obrigava agora a confessar que suas famosas artes magicas eram inúteis.
Ajoelhou-se e lhe disse:
– Agi de modo imperdoável. Faltou-me a fé que o Senhor exige dos crentes. Deixe que eu continue vendo a cinza. Voltarei quando seja mais forte e serei seu discípulo. No final do Caminho, verei a rosa.
Ele falava com genuína paixão, mas essa paixão era a piedade que lhe inspirava o velho mestre tão venerado, tão agredido, tão insigne e, no entanto, tão vazio. Que era ele, Johannes Grisebach, para descobrir com mão sacrílega que por trás da máscara não existia ninguém?
Pareceria esmola deixar ali as moedas de ouro. O rapaz tomou-as de volta, ao sair, Paracelso acompanhou-o até o pé da escada e lhe disse que seria sempre bem-vindo em sua casa. Ambos sabiam que nunca mais se veriam de novo.
Paracelso ficou sozinho. Antes de apagar a lâmpada e sentar-se na fatigada poltrona, encheu a mão côncava com o tênue punhado de cinza e disse uma palavra em voz baixa. A rosa ressurgiu.
(Tradução de João Silvério Trevisan)


Abraço literário a todos,
Marcos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

THIS IS YOUR LIFE+BANDERAS

This is your life...
Música que eu adoro desde meus tempos de adolescente...
Música que esteve presente em minha vida nos mais diversos momentos...
Ótima pra dançar... pra pensar...





Great & Gorgeous...

Abraço dançante seztaferiano a todos, rs...
Marcos.

DAVID HOCKNEY

Vamos de artes... Hoje estou um "minini" artístico, rs...
... Heaven, I´m in heaven...

DAVID HOCKNEY





















Bom... muito bom... inteligência... rs...

Abraço afetuoso a todos,
Marcos.

TOMBOY

Ontem, 19/01, assisti ao interessante Tomboy. Bom filme a respeito de uma menina que se sente/é menino...
Gosto da forma como a diretora, Céline Sciamma, não a julga e trata a questão da sexualidade de forma natural,  humana e sensível. A atriz/menina que interpreta Laure/Michäel é excelente e sua irmã é uma fofa, rs... Belo filme!!! Amei a música: ALWAYS, rs... Quero dançar também...




Abraço cinéfilo a todos,
Marcos.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MEU ENGRAXATE+MÁRIO DE ANDRADE

Meu engraxate - Mário de Andrade

É por causa do meu engraxate que ando em plena desolação. Meu engraxate me deixou.
Passei duas vezes pela porta onde ele trabalhava e nada. Então me inquietei, não sei que doenças mortíferas, que mudança pra outras portas se pensaram em mim, resolvi perguntar para o menino que trabalhava na outra cadeira. O menino é um retalho de hungarês, cara de infeliz, não dá simpatia alguma. E tímido o que torna a gente muito combinado com o universo no propósito de desgraçar esses desgraçados de nascença. “Está vendendo bilhete de loteria”, respondeu antipático, me deixando numa perplexidade penosíssima: pronto! Estava sem engraxate! Os olhos do menino chispeavam ávidos, porque sou dos que ficam fregueses e dão gorjeta. Levei seguramente um minuto pra definir que tinha de continuar engraxando sapatos toda a minha vida e ali estava um menino que, a gente ensinando, podia ficar engraxate bom.

ANDRADE, Mário de. Os filhos da Candinha. São Paulo: Martins, 1963. p. 167. 

Abraço literário a todos,
Marcos.

WHAT IT FEELS LIKE FOR A GIRL+LO QUE SIENTE LA MUJER

Fundantes em minha vida: WHAT IT FEELS LIKE FOR A GIRL e LO QUE SIENTE LA MUJER
Riscarei minha pele...








Dedico minha pele a Borges: LA ROSA DE PARACELSO.

Abraço rasgado a todos,
Marcos.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

POEMA DE SETE FACES DE DRUMMOND

Hoje, despertei-me meio gauche, rs... Portanto:

POEMA DE SETE FACES

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.


O homem atrás do bigode
é serio, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Em: Nova Reunião, p. 3-4. 

Abraço drummoniado a todos,
Marcos.

A ÚLTIMA CRÔNICA DE FERNANDO SABINO

Apesar do tom "piegas/brega", gosto desse texto; por essa razão o postarei no blog.


A Última Crônica - Fernando Sabino

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês.
O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura, como esse sorriso.

Abraço enorme a todos,
Marcos. 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

LA DOUBLE VIE DE VÉRONIQUE+KRZYSZTOF KIESLOWSKI..

A DUPLA VIDA DE VERONIQUE...
Filme fulcral em minha vida...
Música dilacerante em minha vida...
Diretor extrardinário em minha vida...
KRZYSZTOF KIESLOWSKI...




Abraço polonês a todos,
Marcos.

SLINKACHU

Brilhante, genial, incrível...















Para mais informações, consulte: http://slinkachu.com/little-people

Abraço afetuoso a todos,
Marcos.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

TROP SENSIBLE+ZAZ

Sensível, bonito, lindo... TROP SENSIBLE por ZAZ...



Trop Sensible - Zaz

Tu t'angoisses tu paniques t'es en crise
Quand tu te prends en plein coeur
Sans pouvoir l'exprimer tout de suite
C'est trop fort, ça f'rait peur
Solitaire dans ton monde tu chantes aux étoiles et câlines la terre
Tu sens notre mère qui gronde
A bout de force mais ne peut plus se taire
Tu sens la souffrance comme une bombe
Le tic-tac, en sourdine
Les puissants qui nous mènent à la tombe
Et se moquent de notre sort en prime

J'aimerais te dire que ce monde livide finira par se réveiller,
Mais j'ai bien peur que ça ne tienne qu'à un fil
Mais rassures toi, toi te seras sauvé.

T'es Trop Sensible c'est vrai
Et les autres voient pas qui tu es
Trop Sensible je sais
Moi aussi ça a faillit me tuer

T'es Trop Sensible c'est vrai
Et les autres voient pas qui tu es
T'es Trop Sensible je sais
Moi aussi ça a faillit me tuer

Avec ta petite gueule d'ange
Tu nous fais voir des masques colorés
Tous ces gens qui te croient innocent
Mais toi tu voyages dans l'obscurité
Avec ta petite gueule d'ange
Tu laisses croire et ne semble qu'indiquer
Que dans ta tête y'a que des fleurs des sourires,
Des papillons et du sucre vanillé
Je ressens ta souffrance
Je la vois, je l'écoute
Être en rage et déçu c'est normal

Mais ce n'est pas la seule route
C'est à toi d'exprimer ta beauté
D'éclairer de tes yeux,
Si autours de toi rien ne brille
A toi d'être fort et d'y croire pour eux
Tout ce monde qui fourmille de fantômes
On t'en fera des croches-pieds
Cherche en toi cette lumière
Aux coeurs nos humains est bien plus beau que ce qui n'y parait
Ne laisse pas l'ignorance te duper
Ne crois pas à leurs mensonges
Ils te donnent ce qu'ils peuvent , ce qu'ils ont
Existe en toi bien plus que ce que l'on t'a inculque

T'es Trop Sensible c'est vrai
Et les autres voient pas qui tu es
Trop Sensible je sais
Moi aussi ça a faillit me tuer
T'es Trop Sensible c'est vrai
Et les autres voient pas qui tu es
T'es Trop Sensible je sais
Moi aussi ça a faillit me tuer

T'es Trop Sensible c'est vrai
Et les autres voient pas qui tu es
T'es Trop Sensible je sais
Moi aussi ça a faillit me tuer
T'es Trop Sensible c'est vrai
Et les autres voient pas qui tu es
T'es Trop Sensible je sais
Moi aussi ça a faillit me tuer

Abraço francesim de novo, rs...
Marcos.